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A Cabana

Entrevista a Paul Young: A Vida, se calhar, tem cura
Por Catarina Homem Marques (Jornalista do Sol)

Paul Young, autor de A Cabana, um bestseller internacional que chegou agora aos tops das livrarias portuguesas, explica o que o levou a escrever a novela: uma história em que o protagonista conversa com Jesus e deus na cabana onde anos antes a sua filha fora brutalmente assassinada.

Como é que descreve este livro?
Descrevo-o como um livro de mistério/suspense sob a forma de ?what-if? ( e se?). E se existe um Deus que realmente está envolvido nos pormenores da nossa vida? Como é que isso mudaria a forma como vivemos?

Porque decidiu escrevê-lo?
Fui sempre um escritor, mas nunca pensei em publicar. A minha mulher, Kim, encorajou-me a escrever algo como presente para os nossos seis filhos, com idades entre os 16 e os 19 anos. O que ela pediu foi: ?Poderias escrever algo que reunisse as tuas ideias, porque pensas fora dos esquemas habituais??. Por isso, para o Natal acabei o primeiro rascunho e fiz 15 cópias para a família e amigos. O livro cumpriu o seu objectivo e voltei aos meus três empregos.

Que mensagem quis passar aos seus filhos?

Quis fazê-lo através de uma história, porque acho que as nossas história dizem muito sobre o que nos vai no coração. Quis abrir o coração aos meus filhos. O livro contém muitas das questões com que me deparei à medida que fui crescendo, questões sobre Deus, a dor e o sofrimento, sobre a nossa grande tristeza e o processo de cura. Quis que os meus filhos se apaixonassem pelo Deus que eu encontrei; Pai, Filho e Espírito Santo que seguem cada ser humano com infindável ternura e amor e que nos convidam para uma relação que nos cura.

Isso ajudou-o a lidar com os fantasmas da sua própria vida e do seu passado?
Já tinha lidado com esses fantasmas muito antes de me sentar a escrever esta história ? por isso a história é uma expressão
da cura e não tanto parte de um processo de cura. Descobri que o livro tem ajudado muita gente a abrir-se às pessoas que
amam e a lidar com a sua própria grande tristeza. Por isso estou muito agradecido.

Há quem lhe chame uma novela cristã. Tinha um objectivo religioso? É uma tentativa de evangelizar?
De maneira nenhuma. Se eu tenho algum tipo de objectivo religioso, é o de expor a religião como uma tentativa de
controlar a vida dos outros. É melhor que eu defina ?religião?. Religião é qualquer tentativa de agradar a Deus,
quer através das motivações da vergonha ou do medo. Acredito que todas as religiões sejam, fundamentalmente, o mesmo,
uma tentativa de através da acção agradar a Deus; são apenas a s regras e obrigações que diferem. Não acredito que
Jesus tenha vindo para criar uma nova religião para competir no mercado das religiões, mas para destruir a
ideologia religiosa introduzindo o relacionamento. Quando entramos numa relação, perdemos controle e embarcamos num mistério ?
pergunte a qualquer homem casado? Também há quem lhe chame heresia.

O que pensa disso?

Ainda acredito que Jesus cura pessoas no Sabbath. Lembremo-nos que ao ter feito isso Jesus enfureceu a elite religiosa.
A ideia de que Deus é amoroso, misericordioso e que procura relações pessoais ? gera tanta fúria agora como no tempo de Jesus.
Sinto-me seguro de que esta história está assente na teologia ortodoxa, apenas usa uma imagética que muitas vezes está fora da ?caixa? em que as pessoas colocam Deus.

É um livro demasiado controverso para cristãos e demasiado católico para leigos?
Para alguns isso será certamente verdade, mas para a maioria a história não é sobre cristãos contra leigos, de forma nenhuma.
É sobre a vida, dor, perda, Deus .. questões que interessam a qualquer ser humano. A própria categorização de cristãos versus
leigos cria um tom religioso, desnecessário na minha opinião. Quando as pessoas me interrogam se sou cristão, pergunto-lhes:
o que acha que é um cristão e eu digo-lhe se sou um deles. Não me importo de ser chamado cristão desde que concorde com a definição.
E na maioria das vezes não concordo. Sou um seguidor de Jesus, é certo, mas não sou uma pessoa religiosa.
A religião nunca irá curar-nos, só o relacionamento o fará. Toda a vida, para mim, é agora sagrada.

Qual é o significado do título e o uso da cabana como cenário?
A cabana é uma metáfora para a alma/coração do ser humano. É a casa que as pessoas nos ajudam a construir à medida que crescemos.
Mas muitos de nós, eu incluído, não recebemos grande ajuda, por isso as nossas almas estão arruinadas (como uma cabana),
estão repletas dos nossos vícios e é onde escondemos os nossos segredos. É um sítio onde não queremos deixar ninguém entrar.


Para ultrapassar os estereótipos, as várias ?caixas? em que enfiámos Deus. A Imagética, nas Escrituras, nunca foi feita para ?definir? Deus,
mas mais para nos fazer entender a natureza e carácter de Deus. Deus é descrito como uma rocha, uma fortaleza, uma águia, uma galinha.
Isto não quer dizer que Deus tenha penas. Deus é definido como ?Pai?, não para o definir como do sexo masculino, mas para nos fazer entender
a natureza e o carácter deste Deus que nos ama como seus filhos. Mas muitos de nós foram tão magoados pelos seus próprios pais que imaginar
Deus como uma mulher (uma mãe) permite-nos querer correr para o seu colo.

Esperava tornar-se um fenómeno? O que acha disso?
Nunca tal me ocorreu. Apenas escrevi para os meus seis filhos, como um presente. Para mim tudo o que acontece é uma dádiva de Deus,
uma manifestação da sua graça e misericórdia. Estou cheio de gratidão por fazer parte de algo que está a tocar o coração de milhões
de pessoas e desta forma mudar o mundo para melhor. Sinto-me esmagado.

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